Passagem dos ônibus no Rio ficam 10 centavos mais caras

O preço da tarifa dos ônibus municipais do Rio passa de R$ 3,95 para R$ 4,05 a partir do primeiro minuto de sábado. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo prefeito Marcelo Crivella. Para justificar o aumento de R$ 0,10, ele garantiu que as concessionárias cumpriram com aquilo que foi combinado no último reajuste, em meados do ano passado. Crivella também anunciou uma intervenção no sistema de BRTs da cidade. 


"Chegaram (as concessionárias de ônibus) a 60% da nossa frota com ar-condicionado, apresentaram os balancetes e fizeram até mais: colocaram internet, tomadas (para carregar celular) e também desistiram de todas as ações que tinham contra a prefeitura na Justiça", relatou Crivella. Segundo ele, as empresas operadoras também deram a primeira cota para ajudar na pavimentação das principais vias da cidade. 

"Depositaram R$ 1 milhão e serão mais sete parcelas, somando R$ 7 milhões", explicou. Crivella disse ainda que a receita adicional para as empresas de ônibus, a partir do reajuste, terá que ser investida na melhoria do sistema e no cumprimento das metas acordadas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre os empresários e a prefeitura em junho do ano passado. As empresas, segundo o prefeito, tinham pedido reajuste de R$ 0,15, mas foi concedido aumento apenas de R$ 0,10. 

A diarista Lucíola Pereira, 43, ficou surpresa com o acréscimo. "De novo! Mas já está tão caro!", reclamou Lucíola, que mora em Benfica e trabalha em vários bairros das zonas Oeste e Sul. "Se tivessem consertado, tudo bem, sou a favor do aumento. Mas os ônibus vivem escangalhados!", afirmou a diarista. 

O garçom Ricardo Savedra Alves, 30 anos, foi outro que não concordou com a medida, justamente por causa das condições da frota. "Os ônibus estão sucateados. Moro no Engenho Novo e trabalho em Botafogo, mas sou obrigado a pegar duas conduções para viajar com mais conforto, porque o 435 (Grajaú-Gávea) é um horror. Poucos ônibus da linha têm ar-condicionado. A maioria é quentão", disse. 

Apesar das reclamações nas rua, o prefeito informou que a Controladoria Geral do Município realizou uma pesquisa revelando que as pessoas não estão com problemas em coletivos comuns. "As pessoas estão reclamando, especificamente, do sistema BRT", afirmou Crivella. "É importante dizer que a cidade do Rio tem, todos os dias, milhões de usuários de transporte. O foco do problema é o BRT, e é ali que vamos fazer uma intervenção". Crivella lembrou que o Rio tem a passagem mais barata de todas as capitais do país. "Se vocês forem a Belo Horizonte, é mais caro, em Curitiba também. Em São Paulo, a tarifa é R$ 4,30. Até na Baixada Fluminense, a passagem é mais cara", ressaltou o prefeito. 


Acordo em junho de 2018 

Pelo acordo firmado entre a prefeitura e empresários do setor de ônibus em junho do ano passado, 60% da frota deveria ter sido climatizada até o dia 31 de dezembro de 2018. O percentual deve crescer gradativamente até setembro de 2020, quando todos os ônibus que circulam na cidade terão que contar com ar-condicionado. 

Segundo a Secretaria municipal de Transportes, dos 6.132 ônibus que operam no município, 3.692 contam com o sistema, o equivalente a 60,2%. Com relação às obras na Avenida Brasil para implantação do BRT Transbrasil, o prefeito estimou que tudo estará concluído até outubro. "A gente, então, começa a operar um eixo importante, que vai da Rodoviária até Deodoro". 


Município e consórcio não se entendem 

A Prefeitura do Rio assumirá por seis meses, a partir de hoje, a operação do sistema de BRTs da cidade. Crivella justificou a intervenção, alegando a péssima prestação do serviço. "Estamos com problemas nos BRTs, sobretudo na Zona Oeste. Na Avenida Cesário de Melo, há várias estações sem operar. Os BRTs estão superlotados, há queixas da população sobre superlotação também nos terminais, diminuição da frota e demora nos horários". 

O ex-deputado Luiz Alfredo Salomão foi anunciado como interventor. De acordo com o prefeito, Salomão terá seis meses para fazer um diagnóstico do sistema e criar um plano de ação para melhorar o serviço. Crivella disse que tem procurado, junto ao consórcio que opera o sistema, encontrar uma solução, mas não avançou. 

Em nota, o Consórcio BRT se disse surpreso com a medida. "Há dois anos, tentamos alertar a prefeitura sobre a crise enfrentada pelo sistema e causada pela falta de cumprimento da própria prefeitura às obrigações contratuais". De acordo com o comunicado, "essa negligência (do município), que não nos garantiu as condições mínimas para a prestação do serviço, nos levou inclusive a ajuizar uma ação civil ordinária contra o município, depois de havermos esgotado todas as vias administrativas - reuniões e ofícios - para resolver a situação".


Ônibus do Rio
Fonte Jornal O Dia


Ônibus do rio
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